sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Futebol


Image Hosted by ImageShack.us


Historia do Futebol

O futebol teve diversas variações futebol association ou soccer, rugby, futebol americano, handeboll e futebol de salão de origens remotas e indefinidas. A reconstituição da história do futebol começa séculos a.C. e é baseada em dados e referências contidos em livros e gravuras, a maior parte dos quais sem comprovação possível.

Na China, em 206, a.C., surgiu um manual que regulamentava um jogo estranho, parecido com o futebol, já praticado 2.500 anos antes, no Império Huang-Ti. A meta ficava no centro e os jogadores evitavam que a bola tocasse no chão, sem usar as mãos. No túmulo de Beni Hassam, na Antigo Egipto, desenhos nas pedras lembravam o futebol. O jogo continuou de dinastia em dinastia.

Na Grécia, em 20 a.C., uma competição chamada Speskiros ou Harpastum animava gregos e troianos. O campo era delimitado por duas linhas de fundo e a bola era colocada no centro, onde havia outra linha. Duas equipes postavam-se nas linhas de fundo, o juiz dava as ordens e as equipes disparavam em direcção à bola. Valia tudo para apanhá-la e alcançar a cidadela (linha de fundo) adversária.

A Inglaterra é o berço do futebol moderno. Há quem afirme que os Romanos foram os responsáveis ao introduzirem o Harpastum no país, mas o facto não obteve ainda confirmação histórica. É indiscutível, no entanto, que já no séc. XII a juventude britânica praticava um jogo parecido. Cidades vizinhas competiam e a disputa era uma batalha campal. O futebol , que já se chamava assim, fazia muitas vítimas. Não havia nenhum limite. Nem de jogadores, nem de tempo. Um povoação inteira chutava a bola contra outro povoação, empurrando-a com pontapés e murros até a meta. As partidas prolongavam-se ao longo de vários dias, à custa de várias vidas. Os reis proibiam estes lances sangrentos: em 1349, Eduardo III incluiu o futebol entre os jogos "estúpidos e de nenhuma utilidade" e há éditos contra o futebol assinados por Henrique IV em 1410 e Henrique VI em 1547. Apesar de toda essa repressão, o jogo evoluiu.

Em Florença, o futebol chama-se cálcio. Leonardo da Vinci era adepto famoso e Maquiavel, jogador praticante. Longe de Florença, nos jardins do Vaticano, os Papas Clemente VII, Leão IX e Urbano VIII costumavam "arregaçar" as batinas para jogar o cálcio. A Igreja Católica não colocou nenhuma objecção a respeito da nova prática desportiva. Muito pelo contrário, pois era comum ver uma multidão de estudantes correndo atrás da bola e também alguns padres distribuindo golpes possantes e exigindo igualmente chutes poderosos, mesmo que ocasionalmente estes pudessem alcançar as suas canelas.

No ano de 1340 d.C., na praça de Santa Cruz em Florença, aconteceu o primeiro jogo no qual a bola era disputada com os pés e com as mãos, entre equipes de 27 jogadores. A bola era uma capa de couro que protegia uma bexiga cheia de ar. A regra era que cada equipe ultrapassasse a bola na meta adversária, formada por dois postes de madeiras colocados nas extremidades do campo.

No México e na América Central, a bola de borracha era o sol de uma cerimónia sagrada desde aproximadamente 1.500 AC. Segundo os índios da selva amazónica da Bolívia, a tradição deste jogo tem origens remotas. No séc. XVIII, um sacerdote espanhol das missões jesuítas do Alto Paraná, descreveu um costume dos guaranis: "Não lançam a bola com a mão, como nós, mas com a parte superior dos pés descalços". Entre os índios do México e da América Central, a bola era golpeada geralmente com o quadril ou com o antebraço, embora as pinturas de Teotihua cán e de Chichén-Hzá revelem que em certos jogos se chutava a bola com o pé e com o joelho. Quando o jogo terminava e o sol chegava ao amanhecer depois de atravessar a região da morte, muito sangue já havia rolado. Segundo alguns estudiosos, os Astecas sacrificavam os vencedores, pintavam os corpos com faixas vermelhas e cortavam-lhes a cabeça, dando o seu sangue em oferenda para que a terra fosse fértil e o céu, generoso.

A Itália, França, Inglaterra e Escócia continuavam animando o calcio, soule, football, que se solidificava principalmente na Escócia e na Inglaterra. Roupas rasgadas, pernas quebradas, dentes arrancados eram uma constante nos campos. Muitos achavam que se tratava de um desporto bárbaro por estimular a violência e o ódio.

Localizamos, também, práticas relacionadas ao futebol que datam, aproximadamente, do século XI, durante as guerras medievais. Os homens que lutavam contra tribos adversárias tinham o hábito de, ao capturar um guerreiro de uma outra tribo, matá-lo e decapitá-lo. Logo após, pegavam a cabeça do indivíduo morto e realizavam um animado e festivo " chutes à cabeça ". Durante tal celebração, os habitantes da tribo vitoriosa encontravam-se para, juntos, contarem os feitos heróicos realizados nalguma determinada batalha e relaxarem um pouco correndo e chutando a cabeça do recém assassinado.

Esta prática primitiva e selvagem demonstra o grande potencial de tensão e agressividade que os indivíduos acumulavam durante as guerras e a maneira que encontravam para expressar sua raiva e ódio pelos adversários.

Desde muito cedo, portanto, observamos que o acto de chutar sempre esteve relacionado com uma libertação da agressividade. Sobretudo no início de sua prática, quando não existiam regras ou leis. Tudo era permitido, desde que houvesse muito barulho e algazarra.

Somente no início do século XX é que o futebol surge na Inglaterra em clubes extremamente ricos e aristocráticos. A nata da sociedade passava os dias a divertir-se com este novo desporto que se iniciava sem muitas regras e que se tornou exclusivo das elites dominantes .Uma analogia ao ténis pode ser feita no sentido de compreendermos melhor à que camada social o futebol era destinado. Os encontros sociais e a tentativa de inventar uma outra modalidade desportiva que pudesse concorrer com o " cricket " eram privilegiados. Parece que esta tentativa obteve um grande sucesso se compararmos, na Inglaterra de hoje, o número de adeptos do futebol e do " cricket ". .

Os primórdios do futebol português

“Não há duas opiniões em contrário. O futebol que se joga e sempre se jogou em Portugal veio de Inglaterra, pela mão de alguns jovens lusitanos educados nos melhores colégios daquele países e, também, por cidadãos britânicos a trabalhar entre nós.

Há, porém, duas versões sobre a chegada da primeira bola a Portugal. Uma aponta para o Funchal e é atribuída a um inglês de nome Harry Hilton, que ali residia - facto assinalado, durante muitos anos, num pequeno muro do parque infantil do jardim da Camacha, inserindo, em letras metálicas, a legenda “Aqui se praticou futebol pela primeira vez em Portugal em 1875.

Outra diz terem sido os irmãos Eduardo e Frederico Pinto Basto, em 1886, os portadores de uma bola com o forte desejo de continuarem, na sua pátria, um desporto, o futebol, que muito os apaixonara.

A ideia foi acolhida com o maior interesse e entusiasmo pelo irmão maioritário dos jovens estudantes, Guilherme Pinto Basto, que, porém, não se limitou a afagar a bola, como um simples brinquedo para se divertir e pontapear num jogo. Não. Foi bem mais longe. Reuniu amigos, alguns deles ingleses, levou-os até Cascais e, nos terrenos da Parada, um pouco adiante da cidadela, onde hoje existe um jardim público, ali promoveu, numa tarde domingueira de Outubro de 1888, a primeira exibição de futebol em Portugal. Não um jogo, apenas um ensaio, como ele próprio o rotulou, para mostrar aos companheiros e ao público, que prontamente ali acorreu, como se jogava futebol.

Nesse ensaio que hoje podemos entender como exibição ou treino, intervieram, para além de quatro Pinto Basto, outros jogadores que ficaram para a história como os primeiros futebolistas portugueses… [juntamente com outros jogadores] …que, três meses depois, nos terrenos do Campo Pequeno, precisamente no sítio onde hoje se encontra a Praça de Touros, em frente ao Palácio de Galveias, participaram no primeiro jogo de futebol, já com as regras, então adoptadas, em Inglaterra.

Estes actos, em si, e outras iniciativas de Guilherme Pinto Basto, na propaganda e expansão do futebol, levaram ao justo e unânime reconhecimento do seu nome como o do verdadeiro introdutor do mais popular desporto em Portugal. E, implicitamente, o ano de 1888 ficou, assim, praticamente oficializado, como o do nascimento do futebol no nosso país.”

In “1914 – Os anos de diamante – 1989 / No primeiro Centenário do Futebol Português” da Autoria de Henrique Parreirão, Edição da FPF

Sem comentários: