domingo, 1 de junho de 2008

Polacos carimbam passaporte


«Portugal-Polónia, 0-3 (21/25, 19/25 e 24/26)»


A Polónia venceu hoje Portugal por 3-0 (25/21, 25/19 e 26/24), na Nave Desportiva de Espinho, e qualificou-se para a 29.ª edição dos Jogos Olímpicos (Pequim 2008). Uma qualificação merecida, mas suada, sobretudo pela réplica dada pela Selecção Nacional, impulsionada por um público fantástico e numeroso (4.000 espectadores). Apesar de não ter conseguido aproveitar, no terceiro set uma hipótese de virar o rumo do jogo, a verdade é que Portugal caiu de pé, tendo-se batido de igual para igual com a Polónia, embora sem nunca ter conseguido o nível de eficácia rubricado no jogo com Porto Rico.
O segundo lugar na Poule mundial acaba por saber a pouco, já que os jogadores portugueses dominaram em praticamente todos os sectores: Hugo Gaspar (Melhor Pontuador), Flávio Cruz (Melhor Atacante e 3.º classificado no Melhor no Bloco e Melhor no Serviço), Carlos Teixeira (Melhor na Recepção), Nuno Pinheiro (Melhor Distribuidor) e André Lopes (2.º classificado Melhor na Defesa).

Os portugueses entraram no jogo algo nervosos e os polacos lograram atingir o primeiro tempo técnico em vantagem (8-5), sendo que a maioria dos pontos obtidos pelo seis orientado pelo argentino Raul Lozano tinham origem em erros do seis luso. Para além disso, e se Portugal conseguia suster a potência dos serviços dos seus adversários, apenas Flávio Cruz parecia ter encontrado o antídoto para o alto e eficaz bloco polaco.
Quando a buzina soou para o segundo tempo técnico, a vantagem dos vice-campeões mundiais cifrava-se já em seis pontos (16-10). Portugal reagiu e encurtou a distância (20-21), empolgando o público nas bancadas e obrigando Raul Lozano a pedir um desconto de tempo para travar o ímpeto de Portugal. E a estratégia do argentino surtiu efeito, já que os polacos reapareceram mais serenos e fecharam o set com o resultado de 25/21.

No segundo set, a tendência manteve-se. A Polónia, muito forte no serviço e na “rede”, iniciou uma cavalgada pontual que chegou a atingir os seis pontos (12-6), com o 12.º ponto a ser conseguido com um serviço directo de Mariusz Wlazly. Portugal reagiu intempestivamente e chegou aos 10-13, mas no segundo tempo técnico a diferença era já de cinco pontos (16-11). Pior: dois serviços directos de Mariusz Wlazly (21-14) colocaram os polacos às portas da vitória, que, contudo, só surgiu aos 25/19.

No terceiro set, os portugueses entraram com outra determinação, mas a lesão de André Lopes enfraqueceu a equipa e os polacos ganhavam já por 11-5 no primeiro terço do set. Um serviço directo de Roberto Reis (8-12), fez renascer a esperança e ainda mais quando João José rubricou dois pontos consecutivos no ataque (12-14).
Um erro da equipa de arbitragem – a bola não passou a tela no ataque – deu o 22.º ponto aos polacos (22-18) e um cartão amarelo visto por João José, por protestos, o 23.º ponto, acabando com qualquer reacção dos portugueses, que, contudo, ainda lutaram até ao fim, fazendo tremer o seu adversário. Resultado: 26/24. [ver ficha de jogo]
Mariusz Wlazly e Sebastian Swiderski foram os melhores pontuadores do jogo, com 13 pontos, enquanto João José (9 pontos) foi o mais concretizador entre os portugueses.

Jorge Schmidt (Treinador de Portugal): “Perdoem o meu semblante, mas é difícil suportar esta situação. A minha tristeza de hoje transformar-se-á em alegria quando recomeçarmos a treinar. Boa sorte para a Polónia, pois a sua superioridade foi evidente”.

João José (Capitão de equipa de Portugal): “Perdemos e não há muito mais a dizer. Agradecemos ao público pelo apoio e força que nos deram, acreditando sempre em nós. Boa sorte à Polónia para os Jogos Olímpicos”.

Raul Lozano (Treinador da Polónia): “Agradeço as felicitações e aproveito para dar os parabéns a Portugal pelo trabalho desenvolvido com esta selecção. Este torneio era muito importante para nós. Defrontámos aqui, em Espinho, selecções de alto nível e estou muito feliz por termos conseguido atingir o nosso objectivo. Aproveito para agradecer o apoio dos adeptos, que acreditaram sempre na equipa”.

Piotr Gruszka (Capitão de equipa da Polónia): “Estamos muito felizes. Passámos por momentos maus na Poule de Qualificação para o Campeonato da Europa e este apuramento trouxe-nos uma alegria redobrada. Revelámos maturidade, experiência e união de grupo e creio que isso foi a razão do nosso apuramento. Vamos festejar e depois vamos descansar uns dias, para estarmos na máxima força nos Jogos Olímpicos”.

No outro jogo, Porto Rico venceu, por 3-0 (25/21, 25/21 e 25/22), a Indonésia e classificou-se no terceiro lugar da Poule Mundial de Qualificação Olímpica, a realizar na Nave Desportiva de Espinho.
No primeiro set, Porto Rico mostrou que não queria sair de Portugal sem uma vitória. Após ter chegado ao primeiro tempo técnico a vencer por 2 pontos, atingiu a segunda paragem obrigatória com uma diferença mais substancial (16-11). Os indonésios ainda tentaram reagir, mas os porto-riquenhos seguraram a vantagem e fecharam o parcial com 25/21.
No segundo set, a equipa orientada pelo chinês Hu Xinyu ainda reduziu a desvantagem de 12-16 para 14-16, mas os porto-riquenhos aceleraram o seu jogo de ataque e chegaram com facilidade aos 19-14, aproveitando um momento de desorientação dos seus adversários.
Nova reacção dos indonésios, mais precisos no bloco, permitiu a recuperação de 15-21 para 19-21 e causou um certo mal-estar entre os caribenhos, que, contudo, depois de um pedido de tempo de Carlos Cardona, tiveram a paciência necessária para fechar com 25/21.
No terceiro set, os porto-riquenhos foram surpreendidos pela determinação dos indonésios, que chegaram ao segundo tempo técnico a vencer por 16-13. A equipa de Hu Xinyu ainda tentou defender esta preciosa vantagem, mas os porto-riquenhos acertaram o seu jogo (sobretudo o bloco) e igualaram aos 20 pontos.
Depois, a maior experiência dos porto-riquenhos falou mais alto e o triunfo chegou, com normalidade, aos 25/22. [ver ficha de jogo]



Fonte:FPV

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