quinta-feira, 3 de julho de 2008

Há surfista na Vergílio Ferreira



Faço bodyboard, porque...
Desde sempre, o mar me fascina e o bodyboard surgiu inicialmente como uma "brincadeira de verão".
Com o passar do tempo, foi assumindo um papel cada vez mais importante na minha maneira de ser,na forma como encaro a vida, o mundo e, actualmente, sou o que sou, muito por causa daquilo que já passei como bodyboarder. Apesar de entrar no circuito nacional esperanças, os meus objectivos como bodyboarder não passam por ser um campeão, mas sim por viajar pelo mundo fora, surfar novas ondas,conhecer novos povos, culturas, fazer novos amigos e,acima de tudo, divertir-me, tanto dentro como fora
de água.
Considero o bodyboard como um estilo de vida e, para mim, é como uma terapia de todo o "stress" que passamos na nossa vida urbana, pois enquanto estou a surfar, abstraio-me por completo de tudo o que me rodeia e fico ali, eu e as ondas, em plena sintonia e coordenação, num ambiente indescritível. Somente quem lá está é que consegue perceber realmente o verdadeiro sentimento de bem-estar e satisfação que
o mar nos proporciona.
Fica desde já o meu convite a experimentarem, pois tenho a certeza de que, assim que "entenderem" o bodyboard, que não vão querer outra coisa.
Francisco Constantino

Entrevista a Miguel Fragoso

  • O que te leva a praticar surf?

Primeiro faço Bodyboard e não surf, depois faço-o,porque, para além de ter sido o melhor desporto que pratiquei até agora e o único de que ainda não desisti, funciona como uma espécie de terapia entrar na água, de preferência com boas ondas,independentemente do clima. Alivia-me o stress todo, acabando por ser um vício saudável. E tranquiliza-me tanto que até pareço outra pessoa quando saio da água. Também é da maneira que aproveito melhor os dias, indo para a praia

  • Como é que tudo começou ?
Quando tinha sete anos já fazia com pranchas de esferovite, no Algarve, ainda por cima, como muita gente já deve ter experimentado, também costumava ir com o meu primo ver o campeonato do mundo de bodyboard na Praia Grande, até que aproveitei a oferta de uma prancha como presente aos onze ou doze anos e ,desde aí, nunca mais parei.

  • Qual é o fascínio deste desporto?
É tão fascinante que é difícil perceberem. Quem não passa por isto, não imagina a sensação que é acordar às sete da manhã, com um frio de rachar, vestir o fato e ver altas ondas só para nós, já que é Inverno e são poucos os que se atrevem a fazer isso, e acompanhar o nascer do dia. É de referir que, se tiveres um bom fato, não passas assim tanto frio. E o melhor de tudo é que o bodyboard acaba por nos levar a viajar para ir à procura das melhores ondas, acabando por passares uns dias fora a surfar com os amigos sem preocupações.

  • Que praias preferes?
Preferir, prefiro a Ericeira porque para alem de ter pouca gente a surfar e boas ondas com fundo de rocha, as praias são lindas e a água é limpa, o que infelizmente é difícil de encontrar hoje em dia. Estar a surfar no meio daquele ambiente é inexplicável. Mas, infelizmente, não tenho facilidade em ir à Ericeira, por isso fico-me pelo Guincho, Carcavelos e Praia Grande, onde dão também umas ondas!

  • Costumas ir acompanhado?
Tento sempre arranjar alguém do grupo para vir comigo e, se tiver que ir sozinho, vou!
Mas quando estão lá todos, somos à volta de cinco, é sempre grande risada! E voltamos sempre com histórias para contar.
  • Já viveste situações perigosas?
Pode dizer-se que sim… quando, por exemplo, quebrou um” set” com três metros à minha frente na Nazaré, que parecia um prédio. Fiquei sem “shop” mas safei-me. Também já fui umas vezes com o corpo ao calhau, mas nada de grave, apenas uns cortes e umas nódoas negras. Uns sustos com as correntes…

  • É muito caro fazer este desporto?
Hoje em dia, os preços andam muito competitivos. Pode-se arranjar um bom equipamento (prancha, pés de pato, fato) por 150 euros. Se quiseres uma coisa mais a sério, gastas uns 250 euros. Vale mais a pena que o surf!

  • Que conselhos darias aos futuros surfistas?
Apesar do meu conselho ser para se mandarem para as ondas mais pesadas e voarem tanto quanto possível, respeitem o mar porque este é traiçoeiro. Falo por experiência própria. Mas vão ver que não se arrependem e vai passar a ser um vício saudável, juntando o útil ao agradável.

por Carolina Russinho

Fonte:Revista Opsis

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